sábado, 22 de junho de 2013

3ª SÉRIE - REVOLTAS REGENCIAIS

O que foram

As Revoltas Regenciais foram rebeliões que ocorreram em várias regiões do Brasil durante o Período Regencial (1831 a 1840). Aconteceram em função da instabilidade política que havia no país (falta de um governo forte) e das condições de vida precárias da população pobre, que era a maioria naquele período.
 Principais revoltas regenciais:

Cabanagem (1835 a 1840)

- Local: Província do Grão-Pará

- Revoltosos: índios, negros e cabanos (pessoas que viviam em cabanas às margens dos rios).

- Causas: péssimas condições de vida da população mais pobre e domínio político e econômico dos grandes fazendeiros.

Balaiada (1838 a 1841)

- Local: Província do Maranhão

- Revoltosos: pessoas pobres da região, artesãos, escravos e fugitivos (quilombolas).

- Causas: vida miserável dos pobres (grande parte da população) e exploração dos grandes comerciantes e produtores rurais.

Sabinada (1837 a 1838)

- Local: Província da Bahia

- Revoltosos: militares, classe média e pessoas ricas.

- Causas: descontentamento dos militares com baixos salários e revolta com o governo regencial que queria enviá-los para lutarem na Revolução Farroupilha no sul do país. Já a classe média e a elite queriam mais poder e participação política.

Guerra dos Farrapos (1835 a 1845)

- Local: Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (atual RS).

- Revoltosos: estancieiros, militares-libertários, membros das camadas populares, escravos e abolicionistas.

- Causas: descontentamento com os altos impostos cobrados sobre produtos do sul (couro, mulas, charque, etc.); revolta contra a falta de autonomia das províncias.

Revolta dos Malês (1835)

- Local: cidade de Salvador, Província da Bahia.

- Revoltosos: escravos de origem muçulmana.

- Causas: os revoltosos eram contrários à escravização, à imposição do catolicismo e às restrições religiosas.

Outras revoltas regenciais:

- Carneiradas, em Pernambuco, 1834-1835.
- Revolta do Guanais, na Bahia, 1832-1833.
- Insurreição do Crato, no Ceará, 1832.
- Abrilada, em Pernambuco, 1832.
- Setembrada, em Pernambuco, em 1831.
- Novembrada, em Pernambuco, em 1831.
- Revolta de Carrancas, em Minas Gerais, em 1833.
- Revolta de Manuel Congo, no Rio de Janeiro.
- Rusgas, no Mato Grosso, 1834.
- Setembrada, no Maranhão, em 1831.

3ª SÉRIE - RESUMO SOBRE A INTRODUÇÃO AO IMPERIALISMO

domingo, 16 de junho de 2013

3ª série Atividade 3 2º bimestre

Assista a video aula e explique o que foi o chamado imperialismo, explicitando os seus pressupostos históricos, tecnológicos e econômicos. Postar até 20/06..

2ª série 3 atividade 2º bimestre

Após assistir a vídeo aula argumete a expressão navegar é preciso, justificando os fatores que impulsionaram a expansão marítima. postar até.
acessar em https://www.youtube.com/watch?v=Yd4MGDuuZro

1ª série atividade 3 - 2º bimestre

Assista ao vídeo  e, posteriormente formule 2 questões "significativas" e suas respostas sobre assuntos abordados no vídeo e poste no blog até dia 20/06.

Acessar: https://www.youtube.com/watch?v=8FymEmLWL5k

3ª série - resumo da aula do dia 14/06

GUERRA DE SECESSÃO
n  Também chamada de Guerra Civil Americana, foi um conflito envolvendo o norte e o sul dos Estados Unidos, entre 1861 e 1865.
Diferenças entre o norte e o sul:
n  Podemos dizer que a Guerra de Secessão ocorreu por diferenças econômicas entre o norte e o sul dos Estados Unidos.
n  Estas diferenças começaram a se tornar evidentes desde o processo de colonização, se intensificando após a independência, em 1776.
n  Características das duas regiões:
q  1- Norte: clima temperado, economia baseada na indústria e no livre mercado, produção para o mercado interno, trabalho livre, policultura, minifúndio.
q  2- Sul: clima tropical, economia baseada na agricultura, produção para a exportação, trabalho escravo, monocultura e latifúndio.
n  O sul dependia da escravidão como forma de mão-de-obra na lavoura. O norte, por sua vez, desejava o fim da escravidão para aumentar o mercado consumidor, fortalecendo a sua indústria.
n  Além das visíveis diferenças entre a região norte e sul dos Estados Unidos, a eleição de Abraham Lincoln, em 1860, também foi determinante para o início da guerra.
n  Isto porque Lincoln foi eleito pelo norte e tinha uma postura antiescravagista, ou seja, totalmente oposto aos interesses do sul.
Assim, alguns estados do sul resolveram criar um estado independente. Foi o início da guerra.
n  A guerra em si ocorreu porque, enquanto o sul desejava a separação, o norte lutou para manter a unidade do país.
n  O sul se autodenominava Confederados, enquanto o norte era conhecido como Ianques.
n  Considera-se que a vitória do norte ocorreu, entre outros motivos, devido à superioridade da tecnologia bélica e a libertação dos escravos, que desestabilizou as tropas do sul.
n  É considerada a primeira guerra moderna, utilizando blindados, trincheiras, ferrovias e até metralhadoras. A guerra deixou um saldo de, aproximadamente, 600 mil mortos.
n  Podemos destacar algumas consequências importantes desta guerra:
n  1- Abolição da escravidão nos Estados Unidos, em 1863, o que intensificou a campanha abolicionista em outros países, como o Brasil.

n  2- Criação da Ku-Klux-Klan, em 1867, uma seita racista criada por fazendeiros do sul, e que existe até hoje.

Capitulo 7 do livro A história da riqueza do homem de leo Hubermman

C A P Í T U L O V I I
Aí Vem o Rei!
SE ESTE livro fosse escrito no século X ou XI teria sido muito mais fácil para o autor. Grande parte do material aqui exposto é baseado no estudo de escritores muito antigos, frequentemente em língua estrangeira — latim, francês antigo ou moderno, alemão antigo ou moderno. O historiador medieval, porém, folheando os documentos do passado, verificaria serem todos escritos na língua que melhor conhecia — o latim. Não faria diferença nenhuma se ele morasse em Londres, Paris, Hamburgo, Amesterdã ou Roma. O latim era língua universal dos eruditos.. As crianças naquela época não estudavam inglês, alemão, holandês ou italiano. Estudavam latim. Falava-se inglês, alemão etc., mas essas línguas só mais tarde passaram a ser escritas. O monge espanhol com sua Bíblia na Espanha lia as mesmas palavras latinas que eram lidas pelos monges de um mosteiro inglês.
Nas universidades do período encontravam-se estudantes de toda a Europa ocidental conversando e estudando juntos sem a menor dificuldade. A.s universidades eram instituições verdadeiramente internacionais.
A religião também era universal. Quem se considerasse cristão nascia na Igreja Católica. Não havia outra. E, espontaneamente ou a contragosto, era necessário pagar impostos a essa Igreja e sujeitar-se às suas regras e regulamentos. Os serviços religiosos em Southampton muito se assemelhavam aos de Gênova. Não havia limites estatais à religião.
Muita gente pensa hoje que as crianças nascem com o instinto de patriotismo nacional. Evidentemente isso não é verdade. O patriotismo nacional.vem em grande parte de se ler e ouvir falar constantemente nos grandes feitos dos heróis nacionais.
As crianças do século X não encontravam em seus livros didáticos desenhos de navios de seu país afundando os de um país inimigo. Por uma razão muito simples: não havia países, tal como os conhecemos hoje.
A indústria, como o leitor se lembrará de ter lido no capítulo anterior, deixou de ser doméstica e passou à cidade Tornou-se local, embora não fosse nacional. Para os comerciantes de Chester, na Inglaterra, as mercadorias londrinas que pudessem interferir no seu monopólio eram tão “estrangeiras” como as procedentes de Paris.. O mercador em grande escala sentia o
mundo como sua província, e tentava com o mesmo interesse fincar pé num ou noutro.
Mas em fins da Idade Média, no decorrer do século XV, tudo isso se modificou. Surgiram nações, as divisões nacionais se tornaram acentuadas, as literaturas nacionais fizeram seu
aparecimento, e regulamentações nacionais para a indústria substituíram as regulamentações locais. Passaram a existir leis nacionais, línguas nacionais e até mesmo Igrejas nacionais. Os
homens começaram a considerar-se não como cidadãos de Madri, de Kent ou de Paris, mas como da Espanha, Inglaterra ou França. Passaram a dever fidelidade não à sua cidade ou ao senhor feudal, mas ao rei, que é o monarca de toda uma nação.
Como ocorreu essa evolução do Estado nacional? Foram muitas as razões — políticas, religiosas, sociais, econômicas. Livros inteiros foram escritos sobre esse interessante assunto.
Temos espaço para examinar apenas algumas causas — principalmente econômicas. A ascensão da classe média é um dos fatos importantes desse período que vai do século X ao século XV. Modificações nas formas de vida provocaram o crescimento dessa nova classe e
seu advento trouxe novas modificações no modo de vida da sociedade. As antigas instituições, que haviam servido a uma finalidade na velha ordem, entraram em decadência; novas institui-
ções surgiram, tomando seu lugar. É uma lei da História.
O mais rico é quem mais se preocupa com o número de guardas que há em seu quarteirão. Os que se utilizam das estradas para enviar suas mercadorias ou dinheiro a outros lugares são
os que mais reclamam proteção contra assaltos e isenção de taxas de pedágio. A confusão e a insegurança não são boas para os negócios. A classe média queria ordem e segurança.
Para quem se poderia voltar? Quem, na organização feudal, lhe podia garantir a ordem e a segurança? No passado, a proteção era proporcionada pela nobreza, pelos senhores feudais.
Mas fora contra as extorsões desses mesmos senhores que as cidades haviam lutado. Eram os exércitos feudais que pilhavam, destruíam e roubavam. Os soldados dos nobres, não recebendo pagamento regular pelos seus serviços, saqueavam cidades e roubavam tudo o que podiam levar. As lutas entre os senhores guerreiros frequentemente representavam a desgraça para a população local, qualquer que fosse o vencedor. Era a presença de senhores diferentes em diferentes lugares ao longo das estradas comerciais que tornava os negócios tão difíceis. Necessitava-se de uma autoridade central, um Estado nacional. Um poder supremo que pudesse colocar em ordem o caos feudal. Os velhos senhores já não podiam preencher sua função social. Sua época passara. Era chegado o momento oportuno para um poder central forte.
Na Idade Média, a autoridade do rei existia teoricamente, mas de fato era fraca. Os grandes barões feudais eram praticamente independentes. Seu poderio tinha de ser controlado e
realmente o foi.
Os passos dados pela autoridade central para tornar-se capaz de exercer o poder nacional foram lentos e irregulares. Não se assemelharam a uma escada, com um degrau sobre outro, levando firmemente uma direção definida, mas sim uma estrada acidentada, com muitas idas e vindas. Não levou um, dois, ou cinqüenta ou cem anos. Levou séculos — mas, finalmente, tornouse realidade.
Os senhores começaram a enfraquecer por terem perdido grande parte de seus bens em terras e servos. Sua força havia sido desafiada e parcialmente controlada pelas cidades. E em
certas regiões, em sua constante guerra entre si, estavam realizando o extermínio mútuo.
O rei fora um aliado forte das cidades na luta contra os senhores. Tudo o que reduzisse a força dos barões fortalecia o poder real. Em recompensa pela sua ajuda, os cidadãos estavam prontos a auxiliá-lo com empréstimos de dinheiro. Isso era importante, porque com o dinheiro o rei podia dispensar a ajuda militar de seus vassalos. Podia contratar e pagar um exército pronto, sempre a seu serviço, sem depender da lealdade de um senhor. Seria também um exército melhor, porque tinha uma única ocupação: lutar. Os soldados feudais não tinham preparo, nem organização regular que lhes permitisse atuar em conjunto, com harmonia. Por isso, um exército pago para combater, bem treinado e disciplinado, e sempre pronto quando dele se necessitava, constituía um grande avanço.
Além disso, o progresso técnico nas armas militares também exigia um novo tipo de exército. A pólvora e o canhão estavam começando a entrar em uso, e seu emprego eficiente demandava preparo. E ao passo que o guerreiro feudal podia levar sua arma dura, não lhe seria fácil carregar canhão e pólvora.
O rei foi grato aos grupos comerciais e industriais que lhe possibilitaram contratar e pagar um exército permanente, bem equipado com as últimas armas. Repetidas vezes recorreu à nascente classe de homens de dinheiro, para empréstimos e doações. Eis aqui um exemplo, tomado ao século XIV, quando o rei da Inglaterra pediu ajuda à cidade de Londres: “Sir Robert
de Asheby, representando o Rei, foi à Municipalidade de Londres e em nome do Rei convocou o Alcaide e os Intendentes da Cidade... ...a comparecerem perante o Rei Nosso Senhor e o seu
Conselho... ...E o Rei então fez oralmente menção das despesas que realizara em sua guerra em países além do mar, e que ainda teriam de ser feitas, e pediu-lhes um empréstimo de vinte mil libras esterlinas... ...Unanimemente eles se prontificaram a emprestar-lhe cinco mil marcos, soma que, segundo disseram, não poderiam ultrapassar. Ao que o Rei Nosso Senhor rejeitou imediatamente, ordenando ao Alcaide, Intendentes e outros que se lembrassem do voto de lealdade que lhe deviam, e pensassem melhor sobre o assunto em questão... ...E embora isso fosse difícil, eles concordaram em emprestar cinco mil libras ao Rei Nosso Senhor, o que foi por este aceito. Doze pessoas foram escolhidas e juradas, para procurar todos os homens da cidade mencionada, e seus subúrbios, e todos segundo sua condição, para levantar a dita soma de cinco mil libras e emprestá-la ao Rei Nosso Senhor.”
Não se pense nem por um minuto que os donos do dinheiro o viam apartar-se com satisfação. Nada disso. Fizeram esse empréstimo, e outros, ao rei porque dele recebiam em compensação vantagens bem definidas. Assim, por exemplo, era realmente uma vantagem para o comércio ter leis, como a seguinte, aprovadas por uma autoridade central (1389): “Determinamos que uma medida e um peso sejam aceitos em todo o Reino da Inglaterra e todo aquele que usar qualquer outro peso e medida será aprisionado por metade de um ano.”
Além disso, o simples fato de se verem livres dos soldados assaltantes do pequeno barão feudal valia o dinheiro que davam. Estavam dispostos a pagar seu apoio a uma autoridade que
os libertasse das exigências irritantes e da tirania de numerosos superiores feudais. No final das contas, era econômico ligar-se a um chefe forte, que podia fazer impor leis como a seguinte, aprovada na França, em 1439: ‘Para eliminar e remediar e pôr fim aos grandes excessos e pilhagens feitas e cometidas por bandos armados, que há muito vivem e continuam vivendo do povo... ...
“O Rei proíbe, sob pena de acusação de lesa-majestade e perda para sempre, para si e sua posteridade, de todas as honras e cargos públicos, e o confisco de sua pessoa e suas posses, a
qualquer pessoa, de qualquer condição, que organize, conduza, chefie ou receba uma companhia de homens em armas, sem permissão, licença e consentimento do Rei...
“Sob as mesmas penalidades, o Rei proíbe a todos os capitães e homens de guerra, que ataquem mercadores, trabalhadores, gado ou cavalos ou bestas de carga, seja nos pastos ou em carroças, e não perturbem, nem às carruagens, mercadorias e artigos que estiverem transportando, e não exigirão deles resgate de qualquer forma; mas sim que tolerarão que trabalhem, andem de uma parte a outra e levem suas mercadorias e artigos em paz e segurança, sem nada lhes pedir, sem criar-lhes obstáculos ou perturbá-los de qualquer forma.”
Anteriormente, a renda do soberano consistira de proventos oriundos de seus domínios pessoais. Não havia sistema nacional de impostos. Em 1439, na França, o rei introduziu a taille, imposto regular cm dinheiro. No passado, como o leitor se lembrará, os serviços dos vassalos haviam sido pagos com doação de terras. Com o crescimento da economia monetária, isso deixou de ser necessário. Os impostos podiam ser recolhidos em dinheiro, em todo o reino, por funcionários reais pagos não em terra, mas em dinheiro. Funcionários assalariados, distribuídos por todo o país, podiam realizar a tarefa de governar em nome do rei — coisa que no período feudal tinha de ser feita pela nobreza, paga em terras. A diferença era importante.
Era evidente aos soberanos que seu poder dependia das finanças. Tornava-se cada vez mais claro também que o dinheiro só fluía para as arcas reais na medida em que o comércio e a indústria prosperavam. Por isso, os reis começaram a preocupar-se com o progresso do comércio e da indústria. Os regulamentos das corporações, que pretendiam criar e manter um monopólio para um pequeno grupo em cada cidade, passaram a ser considerados. como cadeias à expansão daqueles dois ramos de atividade.
Em função da nação como um todo, as excessivas e contraditórias regulamentações locais teriam de ser postas de lado, terminando com isso o ciúme entre as cidades. Era ridículo, por
exemplo, que “fosse necessária uma ordem do Príncipe em 1443 para abrir a Feira de Couro de Frankfurt aos Sapateiros de Berlim.” 78 Com o crescente poder da monarquia nacional, os reis começaram a derrubar os monopólios locais, no interesse de toda a nação. Uma das Disposições do Reino da Inglaterra, de 1436, diz: “Considerando que os Mestres, Responsáveis e Membros das Corporações, Fraternidades e outras Associações... ...se avocam muitos regulamentos ilegais e absurdos... ...cujo conhecimento, execução e correção pertencem exclusivamente ao Rei... ...O mesmo Rei Nosso Senhor, a Conselho e com permissão dos Conselheiros Espirituais e Temporais, e a pedido dos mencionados Comuns, ordena, pela Autoridade do mesmo Parlamento, que os Mestres, Responsáveis e Membros de todas as corporações, fraternidades ou companhias... ...apresentem... todas as suas Cartas Patentes e Estatutos para serem registrados perante os Juízes de Paz... ...e ainda ordena e proíbe, pela Autoridade acima mencionada, que doravante tais Mestres, Responsáveis ou Membros façam uso de regulamentos que não tenham sido primeiramente discutidos e aprovados como bons e justos pelos Juízes de Paz. Uma lei de muito maior alcance, aprovada pelo rei da
França, mostra o crescente poder do monarca naquele país: “Carlos, pela graça de Deus Rei da França... depois de demorada deliberação de nosso Grande Conselho... ...ordena que em nossa dita cidade de Paris não haverá, doravante, mestres de oficio ou comunidades de qualquer tipo....Mas desejamos e ordenamos que em todo oficio serão escolhidos pelo nosso
Preboste... ...certos elementos antigos do dito oficio... e que portanto estão proibidos de realizar qualquer reunião como associação de oficiais ou outras... a menos que tenham o nosso consentimento, permissão e licença, ou consentimento de nosso Preboste... sob pena de serem tratados como rebeldes e desobedientes de nós e de nossa coroa da França, e de perda de direitos e possessões.”
Não foi tarefa pequena reduzir os privilégios monopolistas de cidades poderosas. Nos países em que elas eram realmente fortes, como na Alemanha e Itália, somente séculos depois se
estabelecia uma autoridade central com poder bastante para controlar tais monopólios. É essa uma das razões pelas quais as comunidades mais poderosas e ricas da Idade Média foram as
últimas a atingir a unificação necessária às novas condições econômicas. Em outros territórios, embora algumas cidades resistissem a essa limitação de seu poderio, indo ao ponto de lutarem, o ciúme e o ódio impediram que se unissem contra as forças nacionais reunidas — e, felizmente para elas, foram derrotadas. Na Inglaterra, França, Holanda e Espanha, o Estado substituiu a cidade como unidade de vida econômica.
É certo que muitas cidades e corporações tentaram com empenho conservar seus privilégios exclusivistas. Quando o conseguiram, foi sob a supervisão da autoridade real. O Estado nacional predominava porque as vantagens oferecidas por um governo central forte, e por um campo mais amplo de atividades econômicas, eram do interesse da classe média como um todo. Os reis sustentavam-se com o dinheiro recolhido da burguesia, e dependiam, cada vez mais, de seu conselho e ajuda no governo de seus crescentes reinos. Os juízes, ministros e funcionários vinham, em geral, dessa classe. Na França do século XV, Jacques Coeur, banqueiro de Lyon e um dos homens mais ricos da época,. tornou-se conselheiro real. Na Inglaterra dos Tudor, Thomas Cromwell, advogado, e Thomas Gresham, merceeiro, chegaram a ministros da Coroa. “Um pacto tácito foi concluído entre ela [a realeza] e a burguesia industrial de empreendedores e empregadores. Colocavam a serviço do Estado monárquico sua influência política e social, os recursos de sua inteligência e sua riqueza. Em troca, o Estado multiplicava seus privilégios econômicos e sociais. Subordinava a ela os trabalhadores comuns, mantidos nessa posição e obrigados a uma obediência rigorosa.”
Era um exemplo perfeito do provérbio “Uma mão lava a outra”. Um interessante sinal dos tempos, na Inglaterra, foi o afastamento dos venezianos e dos mercadores alemães da Liga Hanseática, que tinham uma “estação” em Londres. Os estrangeiros haviam, sempre, controlado a importação e exportação do país. Haviam comprado a vários reis, sucessivamente, seus lucrativos privilégios comerciais. Mas nos séculos XV e XVI os comerciantes ingleses começaram a levantar a cabeça. O grupo denominado Mercadores Aventureiros, principalmente, era uma associação particularmente ativa, que desejava arrancar das mãos dos estrangeiros esse comércio proveitoso. A princípio não realizaram grandes progressos, porque o rei queria dinheiro em troca de concessões, e porque medidas drásticas poderiam provocar problemas com outros governos. Mas os Mercadores Aventureiros ingleses insistiram, e em 1534 os venezianos perderam seus privilégios, e seis anos mais tarde a Liga Hanseática reclamava ao rei: “Muito embora a concessão tivesse sido feita há muito tempo aos mercadores da Liga Hanseática, e essa mesma concessão tivesse
sido renovada e permitida por Vossa Excelsa Majestade, para que nenhuma forma de imposto, pensão ou pagamento indevido seja cobrada das pessoas, mercadorias ou produtos dos ditos mercadores, não obstante tudo isso, a favor dos pisoeiros e tosquiadores de Londres adotaram-se medidas tais que nenhum mercador da Hanseática ousará embarcar ou retirar do Reino da Inglaterra quaisquer roupas, tecidas ou não, sob pena de perda das mesmas.”
Como a Liga Hanseática levasse a lã inglesa para ser transformada em roupas em Flandres e na Alemanha, a florescente indústria de roupas inglesa apoiou os Mercadores Aventureiros.
Lutando unidos (com a ajuda de Gresham, merceeiro, em boa hora colocado como ministro da Coroa), ganharam a parada. Os privilégios da Hanseática Alemã foram gradualmente reduzidos
e, em 1597, a sede londrina da antes poderosa Hansa foi finalmente fechada.
Os camponeses que desejavam cultivar seus campos, os artesãos que pretendiam praticar seu oficio e os mercadores que ambicionavam realizar seu comércio — pacificamente — saudaram essa formação de um governo central forte, bastante poderoso pa ra substituir os numerosos regulamentos locais por um regulamento único, de transformar a desunião em unidade.
Entre as causas que contribuíram para essa união está o sentimento de nacionalidade então surgido. Isso se evidencia na vida, luta e morte de Jeanne d’Arc. Na França, os senhores feudais eram particularmente fortes, e, durante a Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra, o mais poderoso, o Duque de Borgonha, aliou-se aos ingleses e impôs várias derrotas sérias ao rei francas. Jeanne, que desejava ver a Borgonha como parte da França, escreveu ao Duque: “Jeanne, a Donzela, deseja que estabeleçais... ...longa, boa e segura paz com o Rei de França... ...em toda a humildade vos peço, imploro e exorto a que não façais mais guerras no sagrado reino de França.”
Foi inspirando ao exército francas entusiasmo e confiança, e uma crença no sentimento de serem todos franceses, tornando a causa do rei a causa de todos os franceses, que Jeanne
prestou serviço à sua pátria, incitando muitos a serem tão fanáticos pela causa da França quanto ela. O soldado, a serviço do senhor feudal, que ouvisse Jeanne afirmar que “Nunca vi correr sangue francas, mas meu cabelo se eriça de horror”, 84podia ver além de seu senhor e pensar em sua fidelidade à França, ao “Meu País”. Assim, o localismo foi suplantado pelo nacionalismo, e a era de um soberano poderoso, à frente de um reino unido, teve início.
Bernard Shaw, em sua Santa Joana, excelente peça sobre a Donzela, tem um trecho importante sobre os efeitos desse nascente espírito de nacionalismo. Um clérigo e um senhor feudal ingleses estão discutindo as habilidades militares de um senhor francês:
“O Capelão: Ele é apenas um francas, meu senhor. “O Nobre: Um francês! Onde arranjou você essa expressão?
Então esses borgonheses, bretões, picardos e gascões começam a se intitular franceses, tal como nossos companheiros estão começando a se chamar ingleses? Falam da França e Inglaterra como de seus países. Imagine, país deles! Que vai ser de nós, se essas ideias se generalizarem? “O Capelão: Por que, senhor? Poderá isso nos prejudicar?  “O Nobre: O homem não pode servir a dois senhores. Se essa idéia de servir ao país tomar conta do povo, adeus autoridade dos senhores feudais, e adeus autoridade da Igreja.”
Esse nobre de visão ampla tinha, evidentemente, razão. O
único rival poderoso que o soberano tinha pela frente era a Igreja, e seria inevitável o choque dos dois. Para os monarcas nacionais, não havia possibilidade de dois chefes de um mesmo Estado. E o poder de que dispunha o papa tornava-o muito mais perigoso do que qualquer senhor feudal. O papa e o rei brigaram várias vezes. Houve, por exemplo, a questão de quem teria o direito de nomear bispos e abades, quando ocorresse uma vaga.
Isso tinha grande importância, porque tais cargos eram compensadores — o dinheiro vinha, naturalmente, da grande massa popular que pagava impostos à Igreja. Era muito dinheiro, e tanto o rei como o papa desejavam que fosse parar nas mãos de amigos. Os reis, evidentemente, lançavam olhares cobiçosos sobre esses cargos rendosos — e disputavam aos papas o direito de fazer tais indicações.
A Igreja era tremendamente rica. Calcula-se que possuía entre um terço e metade de toda a terra — e, não obstante, recusa va-se a pagar impostos ao governo nacional. Os reis necessitavam de dinheiro, parecia-lhes que a fortuna da Igreja, já então enorme e aumentando sempre, devia ser taxada para ajudar a pagar as despesas da administração do Estado.
Outra razão de luta foi o fato de que certos casos eram julgados nos tribunais religiosos, e não nos tribunais normais. Frequentemente, a decisão da Igreja era contraria à decisão do rei.
Outro ponto importante era saber a quem cabia o dinheiro de multas e de suborno: à Igreja ou ao Estado?
Houve também a dificuldade provocada pelo direito que o papa se arrogava de poder interferir até mesmo nos assuntos internos de um país. A Igreja era, com isso, um rival político do soberano.
Existia, portanto, um poder supernacional, dividindo a fidelidade dos súditos do rei, e fabulosamente rico em terras e dinheiro; as rendas dessas propriedades, ao invés de serem encaminhadas ao tesouro real, deixavam o país como pertencentes a Roma. O rei não estava só nessa resistência à Igreja. O Papa Bonifácio VIII escrevia em 1296: “Que o laicato seja amargamente hostil ao clero é questão de tradição antiga, plenamente confirmada pela experiência dos tempos modernos”.
Os muitos abusos da Igreja não podiam passar despercebidos. A diferença entre seus ensinamentos e seus atos era bastante grande, e até os mais broncos podiam perceba-la. A concentração do dinheiro obtido por todos os métodos, quaisquer que fossem, era comum. Enéias Sílvio, mais tarde Papa Pio II, escreveu: “Nada se consegue em Roma sem dinheiro.”87 E Pierre Berchoire, que viveu na época de Chaucer, escreveu também: “Não é com os pobres que o dinheiro da Igreja é gasto, mas com os sobrinhos favoritos e os parentes dos padres.”88
Uma canção do século XIV mostra o sentimento popular em relação a todos os tipos de sacerdotes, de alto a baixo:
I see the pope his sacred trust berray
For while the rich his grace can gain alway,
His favours from the poor are aye withholden.
He strives to gather wealth as best he may,
Forcing Christ’s people blindly to obey,
So that he may repose in garments golden...
No better is each honoured cardinal.
From early morning’s dawn to evening’s fall
Their time is passed in eagerly contriving
To drive some bargain foul with each and all...
Our bishops, too, are plunged in similar sin,
For pitilessly they flay the very skin
From all their priests who chahce to have fat livings.
For gold their seal official you can win.
To any writ, no matter what’s therein.
Sure God alone can make them stop their thievings...
Then as for. all the priests and minor clerks,
There are, God knows, too many of them whose works
And daily life belie their daily teaching...
For, learned or ignorant, they’re ever bent
To make a traffic of each sacrament
The mass’s holy sacrifice included...
‘Tis true the monks and friars make ample show
Of rules austere which they all undergo,
But this vainest is of all pretences.
In sooth, they full twice as wel we know,
As e’er they did at home, despite their vow
And all their mock parade of abstinences...
Os muitos escândalos e abusos da Igreja eram públicos e notórios muitos séculos antes que Martinho Lutero pregasse as suas “Noventa e Cinco Teses” à porta da Igreja, em Wittenberg,
em 1517. Houve reformadores religiosos antes da Reforma Protestante. Por que, então, a separação da Igreja Católica ocidental e o estabelecimento de igrejas nacionais em lugar da Igreja universal única, ocorreu nesse momento, e não antes?
Os primeiros reformadores religiosos, ao contrário de Lutero, Calvino e Knox, cometeram o erro de tentar reformar mais do que a religião. Wycliffe fora, na Inglaterra, o líder espiritual
da Revolta Camponesa, e Hus, na Boêmia, não só protestara contra Roma, como também inspirara um movimento camponês de caráter comunista, ameaçando o poder e os privilégios da nobreza. Isso significava, decerto, que tais movimentos foram combatidos não só pela Igreja, mas também pelas autoridades seculares e, portanto, que foram esmagados. Lutero e os reformadores que o seguiram não comprometeram o apoio da classe dominante pregando doutrinas perigosas de igualdade. Lutero não era um radical. Não comprometeu sua oportunidade de êxito colocando-se ao lado dos oprimidos. Pelo contrário, quando, pouco depois de iniciada sua reforma, irrompeu na Alemanha uma revolta generalizada de camponeses, em parte sob a influência de seus ensinamentos, ele ajudou a sufocá-la. Esse rebelde da Igreja podia dizer: “Estarei sempre ao lado dos que condenam a rebelião e contra os que a provocam.”90 Esse reformador, tão indignado contra os órgãos governamentais da Igreja, escreveu: “Deus prefere que existam os governos, por piores que sejam, do que permitir à ralé que se amotine, por mais razão que tenha.” 91 Enquanto os camponeses revoltados de 1525 gritavam: “Cristo fez livres todos os homens”, Lutero estimulava os nobres a aniquilá-los, com estas palavras: “Aquele que mata um rebelde... ...faz o que é certo... ...Portanto, todos os que puderem devem punir, estrangular ou apunhalar, secreta ou publicamente... ...Os que perecerem nessa luta devem realmente ser considerados felizes, pois nenhuma morte mais nobre poderia ocorrer a ninguém.”
Uma das razões, portanto, do êxito de Lutero foi não cometer o engano de tentar derrubar os privilegiados. Outra razão importante para o advento da Reforma naquele preciso momento
está no fato de que Lutero, Calvino e Knox apelavam para o espírito nacionalista de seus adeptos, num período em que esse sentimento crescia. Como a oposição religiosa a Roma coincidia com os interesses do nascente Estado nacional, tinha possibilidades de êxito.
Naquela época, quando a luta do Estado nacional contra a autoridade papa! se estava tornando cada vez mais aguda, o “Discurso à Nobreza Alemã” de Lutero encerrava esse conselho caro aos príncipes: “Porquanto o poder temporal foi concedido por Deus para a punição dos maus e a proteção dos bons, devemos permitir que ele cumpra seu dever em toda a Cristandade, sem respeito a pessoas, quer atinja papas, bispos, padres, monges, freiras ou quem quer que seja.” 93 Parte desse dever, sugere astutamente, é acabar com o controle pelos estrangeiros, e — insinua — tomar os tesouros e terras da Igreja. Esse último ponto é importante. “Acredita-se que mais de trezentos mil florins são enviados da Alemanha a Roma todo ano, sem qualquer razão... ...Há muito os imperadores e príncipes da Alemanha permitiram ao papa recolher annates de todos os feudos alemães, ou seja, a metade da renda do primeiro ano de todos os feudos....e como os annates estão sofrendo vergonhosos abusos...
...eles [os príncipes] não devem permitir que suas terras e seu povo sejam tão lamentavelmente e injustamente despojados e arruinados: por meio de uma lei imperial ou nacional, devem conservar no país os annates, ou aboli-los totalmente.”
Diga-se a um grupo de pessoas que não só têm o direito como o dever de expulsar o estrangeiro poderoso que vem desafiando sua autoridade, em seu próprio país; acene-se para tal grupo a enorme riqueza do estrangeiro como prêmio a ser colhido quando ele for expulso — e certamente haverá fogo. A Igreja teria perdido seu poder mesmo que a Reforma Protestante não tivesse ocorrido. De fato, a Igreja já havia perdido esse poder, pois sua utilidade se reduzia. Antes, era bastante forte para propiciar à sociedade um certo alívio das guerras feudais, impondo a Trégua de Deus; agora, o rei estava em melhores condições para sustar essas pequenas guerras. Antes, a Igreja tinha controle completo da educação; agora, surgiam escolas independentes fundadas por mercadores que haviam prosperado. Antes, o direito da Igreja fora supremo; agora, o velho direito romano, mais adequado à necessidade de uma sociedade comercial, fora ressuscitado; antes, a Igreja era a única que dispunha de homens cultos, capazes de conduzir os negócios do Estado; agora, o soberano podia confiar numa nova classe de pessoas treinadas no movimento comercial e consciente das necessidades do comércio e da indústria do país.”
Esse novo grupo, a nascente classe média, sentia que havia um obstáculo no caminho de seu desenvolvimento: o ultrapassado .sistema feudal. A classe média compreendia que seu progresso estava bloqueado pela Igreja Católica, que era a fortaleza de tal sistema. A Igreja defendia a ordem feudal, e foi em si mesma uma parte poderosa da estrutura do feudalismo. Era dona, como senhor feudal, de cerca de um terço da terra, e sugava ao país grande parte de suas riquezas. Antes que a classe média pudesse apagar o feudalismo em cada país, tinha de atacar a organização central — a Igreja. E foi o que fez.

A luta tomou um disfarce religioso. Foi denominada Reforma Protestante. Em essência, constituiu a primeira batalha decisiva da nova classe média contra o feudalismo. acessado em 16/06/2013

2ª série Temas da aula de 14/06

RESUMO DE LIVRO: Leo Huberman. História da riqueza do homem.

CAP. 7 – Aí vem o Rei! (p. 69). “Muita gente pensa hoje que as crianças nascem com o instinto do patriotismo nacional. Evidentemente isso não é verdade. O patriotismo nacional vem em grande parte de se ler e ouvir falar constantemente nos grandes feitos dos heróis nacionais” p. 70. - No século XV, surgem as nações e com elas as divisões. Surgem as leis nacionais, a literatura nacional, língua nacional, indústrias nacionais, etc. - Quais os fatores do surgimento do Estado Nacional? A) ORDEM E SEGURNÇA eram palavras de ordem, todos os comerciantes necessitavam delas para desenvolverem seus negócios. “Necessitava-se de uma autoridade central, um Estado nacional. Um poder supremo que pudesse colocar em ordem o caos feudal” p. 71. O rei foi um aliado forte das cidades na luta contra os senhores feudais. Tudo que reduzia a força dos barões fortalecia o poder real. Com o dinheiro dos comerciantes, o REI passou a sustentar um exército paralelo aos dos senhores feudais. Com o fortalecimento central, o rei passou a derrubar os monopólios locais. B) O estado substituiu a cidade como unidade de vida econômica. C) A fundação de igrejas nacionais – ao defender o rompimento com Roma, alimentaram o sentimento nacional. “Os reis sustentavam-se com o dinheiro recolhido da burguesia” p. 75. - A causa do rei passou a ser a causa de todos: surge o sentimento nacional. O localismo feudal foi suplantado. - A igreja se negou, durante anos, a pagar impostos ao governo central. “A igreja teria perdido seu poder mesmo que a Reforma Protestante não tivesse ocorrido... a igreja defendia a ordem feudal” p. 82. “Antes que a classe média pudesse apagar o feudalismo em cada país, tinha de atacar a organização central – a igreja. E foi o que fez” p. 83. 
 Obra completa: http://www.cdsa.ufcg.edu.br/portal/outras_paginas/arquivos/aulas/marcio_caniello/sociedades_camponesas/bibliografia/HUBERMAN_Historia_da_Riqueza_do_Homem.pdf

1ª série - Temas abordados na aula do dia 14/06


A REPÚBLICA ROMANA EM CRISE
Por volta de 70 à 80 a.C., Roma mergulhou em uma grande crise política, causada principalmente pela  disputa pelo poder entre os generais romanos e pelas revoltas de escravos que ocorriam frequentemente em Roma, em especial,a liderada por Spartacus
A MAIS CÉLEBRE REVOLTA ESCRAVA DE ROMA - Spartacus,um homem que nasceu escravo,  trabalhou para o Império Romano enquanto sonhava com o fim da escravidão  – seu trabalho - gladiador
Ele levantou mais de 60 mil homens impondo várias derrotas ao exército romano, para finalmente ser derrotado. Segundo historiadores, mais de 6 mil escravos foram crucificados
OS TRIUNVIRATOS
Em meio a crise surgiram três generais que formaram um governo chamado triunvirato ( governo de três membros )
1º Triunvirato
CRASSO – general que derrotou Spartacus
POMPEU – um famoso general que conquistou o oriente
JULIO CÉSAR – um dos mais brilhantes generais da história de Roma
POMPEU – ficou com a Espanha
CRASSO – ficou com a Síria
CÉSAR – ficou com a Gália ( atual França )
César Com a morte de Crasso – Pompeu e César disputam o poder
A popularidade e a fama de Júlio César – aumentou após a conquista da Gália ( França ), ao vencer seu inimigo gaulês - Vercingetórix O senado nomeou Pompeu Cônsul único de Roma, acabando com o poder
de César, que não aceitou e decidiu acabar com Pompeu Assim, César declarou guerra a Pompeu Seguido pelo seu fiel exército, César partiu da Gália, atravessou o RIO RUBICÃO e derrotou Pompeu, que em seguida fugiu para o Egito. Ao atravessar o Rubicão, César teria dito: “Alea jacta est, “ a “sorte está lançada” – não havia como voltar mais atrás.
• No Egito, Pompeu foi assassinado pelo faraó Ptolomeu III, irmão de Cleópatra
• Ptolomeu é destronado por César e substituído por Cleópatra, que assumiu um relacionamento amoroso com César
• César tornou-se “CHEFE SUPREMO DE ROMA “ supremo – título máximo
• Seu nome “César” – foi adotado como título de imperador – Kaiser, Czar etc.....AS REALIZAÇÕES DE CÉSAR:
• combateu a corrupção em Roma
• ampliou a política do “pão e circo”
• realizou a reforma agrária, com a redestribuição de terras
• e muitas outras medidas que favoreciam as camadas popularesJÚLIO CÉSAR É ASSASSINADO
Em 15 de março de 44 a. C.; César foi assassinado no Senado. Um de seus assassinos era seu próprio filho adotivo, Brutus., que ao reconhecê-lo exclamou: “até tu brutus, meu filho?” – esta frase passou para a história como “sinal de decepção”
SEGUNDO TRIUNVIRATO
• OTÁVIO – que ficou com a Europa
• MARCO ANTÔNIO – ficou com a Ásia
• LÉPIDO – ficou com a África
Lépido foi afastado e MARCO ANTÔNIO e OTÁVIO passaram a disputar o poder e dividira o império
Marco Antônio – ficou com a parte do império do Oriente Otávio – com o ocidente
No Egito – Marco Antônio apaixonou-se por Cleópatra, e Otávio juntamente com o Senado inciaram uma campanha para derrotar Marco Antônio
Em 31 a. C., Marco Antônio e Cleópatra foram derrotados por Otávio, na Batalha de Ácio, e o Egito passou para o controle romano, sendo anexado por Roma –
Cleópatra, para não se tornar prisioneira dos romanos, suicidou-se,  provavelmente com uma serpente venenosaEm 27 a.C.., Otávio recebeu o título de Augusto e tornou-se o primeiro imperador de Roma, encerrando a República e dando Início ao Império ( última fase do Império Romano )
Otávio Augusto governou:27 a.C. 14 d.C.
DIVISÃO DO IMPÉRIO ROMANO
27 a.C. a 235 d. C. - alto império - Período da Pax Romana - (explendor, crescimento e desenvolvimento).
235 d.C a 476 d.C. - baixo império - marcado por agitações, crises e invasões
CÉSAR OTÁVIO AUGUSTO- sobrinho e filho adotivo de César - recebeu do Senado vários títulos:
• PRÍNCIPE – isto é, o primeiro entre os cidadãos romanos
• IMPERATOR – imperador – Comandante Supremo do Exército
• TRIBUNO DA PLEBE – representante dos plebeus no Senado
• SUMO PONTÍFICE – poder de sacerdote
• AUGUSTO – o divino – reservado aos deuses
Otávio realizou várias reformas:
• reorganizou o exército
• Distribuíu trigo à plebe
• aumentou a política do “pão e circo’
• acabou com as guerras e estbaleceu a “pax romana” – paz romana
Esse período passou para a história como o “SÉCULO DE AUGUSTO” Não esqueça – em seu governo nasceu Jesus Cristo
Outros importantes imperadores que usaram o título CÉSAR
DINASTIA JÚLIO-CLAUDIANA
•TIBÉRIO – seu sucessor – em seu governo Jesus foi crucificado
• CALÍGULA – CLÁUDIO e NERO ( que promoveu a mior peseguição aos cristãos

DINASTIA FLÁVIA
• VESPASIANO – que iniciou a construção do Coliseu ou Anfiteatro Flávio
• TITO – seu filho, que concluíu o Coliseu, em seu governo ocorreu uma erupação do vulcão Vesúvio que destruíu as cidades de Pompéia e Herculano DINASTIA ANTONINA
Neste período, Roma se tornou a capital do mundo – período conhecido como a “IDADE DO OURO DO IMPÉRIO ROMANO”
• TRAJANO – expandiu as fronteiras do império . Sua vitória foi registratada na famosa COLUNA DE TRAJANO
• ADRIANO – sucessor de Trajano – sufocou uma revolta de judeus na Palestina, provocando a Diáspora do povo Hebreu até 1948, quando foi criado o Estado de Israel
DINASTIA DOS SEVEROS – Imperador Lúcio Septímio Severo – 235 d.C.
Durante essa dinastia, povos estrangeiros começaram a invadir o império romano, dando início à crise do século III – Fim do ALTO IMPERIO.