1. (UNICAMP-2003) Em 1694, tropas comandadas
pelo paulista Domingos Jorge Velho destruíram o quilombo de Palmares, que havia
se formado desde o início do século XVII. Poucos sobreviveram ao ataque final,
refugiando-se nas matas da Serra da Barriga sob a liderança de Zumbi, morto em
20 de novembro de 1695, depois de resistir por quase dois anos.
a) O que foi o quilombo de Palmares?
b) Além de realizar ataques a quilombos, que
outros interesses tinham os paulistas em suas expedições pelos sertões?
2.
(UFMG-1994) Leia os versos.
"Seiscentas peças barganhei
- Que pechincha! - no Senegal
A carne é rija, os músculos de aço,
Boa liga do melhor metal.
Em troca dei só aguardente,
Contas, latão - um peso morto!
Eu ganho oitocentos por cento
Se a metade chegar ao porto".
(Heinrich HEINE,, APUD BOSI, Alfredo.
DIALÉTICA DA COLONIZAÇÃO. São Paulo: Cia. das Letras, 1992).
a) IDENTIFIQUE a atividade a que se referem
esses versos.
b) Cada uma das estrofes desenvolve
uma idéia central. IDENTIFIQUE essas idéias.
3. (UFMG-1997) O interesse dos mercadores dos
Países-Baixos pelo Brasil foi um fato que antecedeu de muito os ataques
empreendidos pela Companhia das Índias Ocidentais, em 1624 contra a Bahia e, em
1630, contra Pernambuco. Estes ataques explicam-se por aquele interesse(...).
Faz-se, pois, necessário recuar um pouco no tempo, para uma perspectiva melhor
dos acontecimentos que na segunda e terceira décadas de 1600 se desenrolam em
nosso país. (MELLO,
J. A. Gonçalves de. O domínio holandês na Bahia e no Nordeste. In: HOLANDA, S.
B.. de (dir.). História Geral da Civilização„o Brasileira. São Paulo: Difel,
1981. t. I, v. 1, p. 235.)
CITE a forma de participação„
dos mercadores dos Países-Baixos no comércio do açúcar anterior ao domínio
holandês no nordeste açucareiro.
4. (Vunesp-1996) "0 ser senhor de
engenho, diz o cronista, é título a que muitos aspiram porque traz consigo o
ser servido, obedecido e respeitado de muitos." (Antonil - CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL).
Considerando o período colonial
brasileiro, comente a afirmação apresentada.
5. (Vunesp-2005)
A cana-de-açúcar começou a ser cultivada igualmente em São Vicente e em
Pernambuco, estendendo-se depois à Bahia e ao Maranhão a sua cultura, que onde
logrou êxito — medíocre como em São Vicente ou máximo como em Pernambuco, no
Recôncavo e no Maranhão — trouxe em conseqüência uma sociedade e um gênero de
vida de tendências mais ou menos aristocráticas e escravocratas. (Gilberto Freyre,
Casa-Grande e Senzala.)
Tendo por base as afirmações do autor,
a) cite um motivo do maior sucesso da
exploração da cana-de-açúcar em Pernambuco do que em São Vicente.
b) Explique por que o autor definiu “o
gênero de vida” da sociedade constituída pela cultura da cana-de-açúcar como
apresentando “tendências mais ou menos aristocráticas”.
6. (VUNESP-2008) Os sertões
A Serra do Mar tem um notável perfil em nossa
história. A prumo sobre o Atlântico desdobra-se como a cortina de baluarte desmedido.
De encontro às suas escarpas embatia, fragílima, a ânsia guerreira dos
Cavendish e dos Fenton. No alto, volvendo o olhar em cheio para os chapadões, o
forasteiro sentia-se em segurança. Estava sobre ameias intransponíveis que o
punham do mesmo passo a cavaleiro do invasor e da metrópole. Transposta a
montanha — arqueada como a precinta de pedra de um continente — era um isolador
étnico e um isolador histórico. Anulava o apego irreprimível ao litoral, que se
exercia ao norte; reduzia-o a estreita faixa de mangues e restingas, ante a
qual se amorteciam todas as cobiças, e alteava, sobranceira às frotas,
intangível no recesso das matas, a atração misteriosa das minas...
Ainda mais — o seu relevo especial torna-a um
condensador de primeira ordem, no precipitar a evaporação oceânica.
Os rios que se derivam pelas suas vertentes
nascem de algum modo no mar. Rolam as águas num sentido oposto à costa.
Entranham-se no interior, correndo em cheio para os sertões. Dão ao forasteiro
a sugestão irresistível das entradas.
A terra atrai o homem; chama-o para o seio
fecundo; encanta-o pelo aspecto formosíssimo; arrebata-o, afinal,
irresistivelmente, na correnteza dos rios.
Daí o traçado eloqüentíssimo do Tietê,
diretriz preponderante nesse domínio do solo. Enquanto no S. Francisco, no
Parnaíba, no Amazonas, e em todos os cursos d’água da borda oriental, o acesso
para o interior seguia ao arrepio das correntes, ou embatia nas cachoeiras que
tombam dos socalcos dos planaltos, ele levava os sertanistas, sem uma remada,
para o rio Grande e daí ao Paraná e ao Paranaíba. Era a penetração em Minas, em
Goiás, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso, no Brasil
inteiro. Segundo estas linhas de menor resistência, que definem os lineamentos
mais claros da expansão colonial, não se opunham, como ao norte, renteando o
passo às bandeiras, a esterilidade da terra, a barreira intangível dos
descampados brutos.
Assim é fácil mostrar como esta distinção de
ordem física esclarece as anomalias e contrastes entre os sucessos nos dous
pontos do país, sobretudo no período agudo da crise colonial, no século XVII.
Enquanto o domínio
holandês, centralizando-se em Pernambuco, reagia por toda a costa oriental, da
Bahia ao Maranhão, e se travavam recontros memoráveis em que, solidárias,
enterreiravam o inimigo comum as nossas três raças formadoras, o sulista,
absolutamente alheio àquela agitação, revelava, na rebeldia aos decretos da
metrópole, completo divórcio com aqueles lutadores. Era quase um inimigo tão
perigoso quanto o batavo. Um povo estranho de mestiços levantadiços, expandindo
outras tendências, norteado por outros destinos, pisando, resoluto, em demanda
de outros rumos, bulas e alvarás entibiadores. Volvia-se em luta aberta com a
corte portuguesa, numa reação tenaz contra os jesuítas. Estes, olvidando o
holandês e dirigindo-se, com Ruiz de Montoya a Madrie Díaz Taño a Roma,
apontavam-no como inimigo mais sério.
De feito, enquanto em
Pernambuco as tropas de van Schkoppe preparavam o governo de Nassau, em São
Paulo se arquitetava o drama sombrio de Guaíra. E quando a restauração em
Portugal veio alentar em toda a linha a repulsa ao invasor, congregando de novo
os combatentes exaustos, os sulistas frisaram ainda mais esta separação de
destinos, aproveitando-se do mesmo fato para estadearem a autonomia franca, no
reinado de um minuto de Amador Bueno.
Não temos contraste
maior na nossa história. Está nele a sua feição verdadeiramente nacional. Fora
disto mal a vislumbramos nas cortes espetaculosas dos governadores, na Bahia, onde
imperava a Companhia de Jesus com o privilégio da conquista das almas,
eufemismo casuístico disfarçando o monopólio do braço indígena.
(EUCLIDES DA CUNHA. Os
sertões. Edição crítica de Walnice Nogueira Galvão. 2 ed. São Paulo: Editora
Ática, 2001, p. 81-82.)
Segundo o texto de Euclides da
Cunha, houve duas colonizações portuguesas no Brasil, diferentes e
contrastantes. Escreva sobre as diferenças apresentadas pelo texto entre a
colonização do norte e a do sul, no que se refere à relação dos colonos com a
metrópole portuguesa.
7. (UNICAMP-2004) A respeito da Independência
na Bahia, o historiador João José Reis afirmou o seguinte: Os escravos não
testemunharam passivamente a Independência. Muitos chegaram a acreditar, às
vezes de maneira organizada, que lhes cabia um melhor papel no palco político.
Os sinais desse projeto dos negros são claros. Em abril de 1823, dona Maria
Bárbara Garcez Pinto informava seu marido em Portugal, em uma pitoresca
linguagem: “A crioulada fez requerimentos para serem livres”. Em outras
palavras, os escravos negros nascidos no Brasil (crioulos) ousavam pedir,
organizadamente, a liberdade! (Adaptado de O Jogo Duro do Dois de Julho: o “Partido
Negro” na Independência da Bahia, em João José Reis e Eduardo Silva, Negociação
e Conflito. A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Cia das
Letras, 1988, p. 92).
a) A partir do texto, como se pode questionar
o estereótipo do “escravo ignorante”?
b) Identifique dois motivos pelos quais a
atuação dos escravos despertava temor entre os senhores.
c) De que maneira esse enunciado
problematiza a versão tradicional da Independência do Brasil?
8. (UFRJ-2008) Em meados do século XVI, mais
da metade das receitas ultramarinas da monarquia portuguesa vinham do Estado da
Índia. Cem anos depois, esse cenário mudava por completo. Em 1656, numa
consulta ao Conselho da Fazenda da Coroa, lia-se a seguinte passagem: “A Índia estava reduzida a seis praças sem
proveito religioso ou econômico. (...) O Brasil era a principal substância da
coroa e Angola, os nervos das fábricas brasileiras”.
(Adaptado de HESPANHA, Antônio M. (coord).
História de Portugal – O Antigo Regime. Lisboa: Editora Estampa, s/d.)
Identifique duas mudanças nas bases
econômicas do império luso ocorridas após as transformações assinaladas no
documento.
9. (UNICAMP-1997)
A Revolução Gloriosa selou um compromisso entre a burguesia e a nobreza
proprietária de terras, fortaleceu o Parlamento, e criou condições favoráveis
ao desenvolvimento econômico inglês e à instauração do capitalismo industrial
na Inglaterra.
a) Explique os interesses dos seguintes
sujeitos sociais na Revolução Inglesa: monarquia, nobreza e burguesia.
b) De que maneira a Revolução Inglesa
contribuiu para fazer da Inglaterra a maior potência econômica da época?
10. O rei é vencido e preso. O Parlamento
tenta negociar com ele, dispondo-se a sacrificar o Exército. A intransigência
de Carlos, a radicalização do Exército, a inépcia do Parlamento somam-se para
impedir essa saída "moderada"; o rei foge do cativeiro, afinal, e uma
nova guerra civil termina com a sua prisão pela segunda vez. O resultado será
uma solução, por assim dizer, moderadamente radical (1649): os presbiterianos
são excluídos do Parlamento, a Câmara dos Lordes é extinta, o rei decapitado
por traição ao seu povo após um julgamento solene sem precedentes, proclamada a
República; mas essas bandeiras radicais são tomadas por generais independentes,
Cromwell à testa, que as esvaziam de seu conteúdo social. RENATO JANINE RIBEIROIn: HILL, Christopher. O mundo de
ponta-cabeça: idéias radicais durante a Revolução Inglesa de 1640.São Paulo: Companhia
das Letras, 1987.
O texto faz menção a um dos acontecimentos
mais importantes da Europa no século XVII: a Revolução Puritana (1642-1649). A
partir daquele acontecimento, a Inglaterra viveu uma breve experiência
republicana, sob a liderança de Oliver Cromwell. Dentre suas realizações mais
importantes, destaca-se a decretação do primeiro Ato de Navegação. Explique a
importância do Ato de Navegação para a economia inglesa e aponte duas ações
políticas da República Puritana.
11. Nas Revoluções inglesas do século XVII,
os puritanos tiveram participação decisiva na luta contra o absolutismo
monárquico. Quem eram os puritanos, e por que entraram em conflito com o
absolutismo inglês?
12. As revoluções inglesas do século XVII
chegaram ao fim com a Revolução gloriosa de 1688-1689. Que mudanças essas
revoluções provocaram na Inglaterra?
13. Indique, e explique o porquê, quais eram
as classes sociais que apoiavam, respectivamente, o rei e o Parlamento durante
a guerra civil.
14. Derrotado na guerra civil, o rei Carlos I
acabou preso e condenado à morte. No dia de sua execução, ele declarou: “não é
direito do povo participar do governo. Um súdito e um soberano são coisas completamente
diferentes”. Que regime Carlos I defendia? Justifique sua resposta.
15. (Vunesp-SP) A solução dada à questão dinástica portuguesa, após o
desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer-Quibir (1578) repercutiu na Europa e
no ultramar. Considere a fase de união das Monarquias Ibéricas (1580-1640) e
relacione as consequências no Brasil.
16. O trabalho na colônia 1. 1500-1532:
período chamado pré-colonial, caracterizado por uma economia extrativa baseada
no escambo com os índios; 2. 1532-1600: época de predomínio da escravidão
indígena; 3. 1600-1700: fase de instalação do escravismo colonial de plantation
em sua forma “clássica”; 4. 1700-1822: anos de diversificação das atividades em
função da mineração, do surgimento de uma rede urbana, mais tarde de uma
importância maior da manufatura – embora sempre sob o signo da escravidão
predominante. (CIRO
FLAMARION CARDOSO In:LINHARES, Maria Yedda (org.). História geral do Brasil.9ª ed. Rio de
Janeiro:campus, 2000
A partir das informações do texto,
verificam-se alterações ocorridas no sistema colonial em relação à mão-de-obra.
Apresente duas justificativas para o incentivo do Estado português à importação
de mão-de-obra escrava para sua colônia na América.
17. . (UNICAMP) Entre 1580 e 1640, Portugal
enfrentou uma delicada situação política: de um lado, passou a pertencer à
União Ibérica e, de outro, viu os holandeses dominarem Pernambuco, através da Companhia
das Índias Ocidentais, a partir de 1630.
a) O que foi a União Ibérica?
b) Dê três motivos para a invasão holandesa
no Brasil.